Formação Continuada
Sobre essa nova formação
Demo (apud ALONSO, 1996, p. 26) certifica que:
Nesse contexto, o professor é responsável pela sua formação
continuada à medida que questiona sobre as suas ações e sobre o seu
saber, enfrentando conscientemente a sua formação inicial, percebida
por ele como insuficiente, e reformulando suas ações, inovando e
criando novas possibilidades.
Portanto, a conduta do professor na sala
de aula, sua visão social e política influenciarão diretamente como um
agente estimulador ou inibidor do processo de aprendizagem.
Produzir
a vida do professor implica em valorizar o seu desenvolvimento, o seu
trabalho crítico-reflexivo sobre as práticas que realiza e sobre suas
experiências compartilhadas.
Sobre essa concepção, o autor enfatiza
que a formação “não se constrói por acumulação (de cursos ou de
conhecimentos), mas através de um trabalho de reflexividade crítica
sobre as práticas e de reconstrução permanente de uma identidade
pessoal”. (NÓVOA, 1995, p. 25).
O desenvolvimento pessoal do professor, defendido por Nóvoa
(1995), exige uma prática de aprendizagem cotidiana e contínua, cujas
trocas de experiências com outros pares consolidarão espaços de uma
formação mútua.
Portanto, essa formação resgata a necessidade de
interação e integração entre os professores. Assim, exige uma ação
coletiva que permita a discussão e a reconstrução de conhecimentos a
partir de pontos de vistas diferenciados, de modo que do confronto de
ideias surjam novas competências que favoreçam a reconstrução dos
conhecimentos e possibilidades no contexto educacional e social.
A formação dos professores deve favorecer uma capacidade de transformar em experiências significativas os acontecimentos cotidianos, seja numa perspectiva pessoal seja numa coletiva, deve mobilizar os saberes da experiência, deve perceber os saberes específicos como conhecimentos inacabados que abrangem situações problemáticas que requerem decisões.
Assim, a partir da constante reelaboração dos saberes que realizam em suas práticas os professores confrontam suas experiências nos contextos escolares onde atuam.
Na escola, no exercício de profissão, a prática pedagógica é o espaço mais importante, permanente e efetivo de formação de professores, muito mais que os cursos, seminários ou congressos, pois é na prática onde os professores usam seus conhecimentos, valores e atitudes e onde percebem seus domínios e dificuldades.
A prática docente vem sendo vista como uma disciplina a mais ou como requisito de graduação do futuro professor, mais que a realização mesma da docência e, como tal, fonte e matéria-prima para a aprendizagem contínua de todo professor em exercício.
A reflexão e a sistematização sobre a prática pedagógica é a melhor ferramenta que os professores possuem para avançar e superar-se profissionalmente (MERCADO, 1999).