Um bom Plano de Aula

Ao longo dos anos, meus planos de aula foram se transformando, ganhando mais qualidade, se ampliando, mas a estrutura básica permanece a mesma, separada em objetivos, conteúdos, tempo estimado, material necessário, desenvolvimento e avaliação.
Podem parecer óbvios, mas itens como "ano" e "disciplina" ajudam o professor - principalmente aquele polivalente, que leciona todas as disciplinas - a se organizar melhor: será que estou priorizando determinada disciplina em detrimento de outra? Será que os objetivos de aprendizagem estão adequados ao nível em que meus alunos se encontram?
Os objetivos são as metas estabelecidas que se pretende alcançar. Vale refletir: Qual a sua meta nessa aula? O que espera que os alunos aprendam? Quais habilidades precisam ser desenvolvidas?
Lembrete: Antes de estabelecer os objetivos, é recomendável ter realizado uma avaliação diagnóstica para saber o que os alunos já sabem.
Os objetivos e conteúdos devem ser articulados, pois relacionam-se entre si. Segundo César Coll, os conteúdos se agrupam em conceituais, procedimentais e atitudinais, ou seja, o que os alunos devem saber, fazer e ser.
Conceituais – Aprender a conhecer (conhecimento e diferenciação entre conceitos, informações, princípios, etc). Compreender, analisar, refletir, comparar, etc.
Procedimental – Aprender a fazer (O aluno experimenta, realiza ações na busca do conhecimento, etc.). Escrever, ler, desenhar, usar técnicas, etc.
Atitudinal - Aprender a ser (relacionados aos comportamentos esperados dos alunos). Cooperar, ser solidário, respeitar, etc.
Com base nos objetivos definidos, selecione os conteúdos procurando levar em conta os três agrupamentos.

Duração: Qual o tempo necessário para realizar a aula? 50 minutos, uma hora, um período letivo? Vale repensar esse item com frequência, para avaliar se você não está colocando muitas atividades em pouco tempo, ou esperando que seus alunos façam em 30 minutos algo que eles levam 15. 
Se for necessário mais tempo, talvez seja melhor organizar as aulas em uma sequência didática. Se for preciso, organize um cronograma com as etapas a serem desenvolvidas.
desenvolvimento é o passo a passo, o como fazer, que explica quais e como as atividades serão desenvolvidas, quais estratégias didáticas serão utilizadas (slides, músicas, rodas de conversa, circuito, mapa conceitual, textos que explorem os temas, etc), como os alunos serão organizados (individualmente, em duplas ou grupos) e as possíveis intervenções do professor.
Recursos e materiais necessários: Que materiais serão necessários para desenvolver minha aula? Textos impressos, Datashow, Internet, áudios, vídeos, fotografias ou outras imagens, jogos, etc.
avaliação deve estar presente em todos os momentos da aula. É a leitura de como foi a aprendizagem dos alunos, em relação aos diferentes conteúdos. É o feedback! 
Como foi o envolvimento e a participação dos alunos? Compreenderam a proposta da aula? O que eles aprenderam? Quais foram suas reflexões? O que deu certo na aula? O deixou a desejar? Suas estratégias deram conta de desenvolver o tema? O tempo foi suficiente? O que pode ser aprimorado para outra aula? Quais foram as dificuldades dos alunos? E as facilidades? Houve interação? Você foi mediador, facilitador do processo de aprendizagem dos alunos? Você atingiu sua meta? 
Esses são alguns questionamentos que auxiliam o processo de avaliação da sua aula e da aprendizagem da turma.
Para além dos itens necessários a um bom plano de aula, também tem algumas coisas que dizem respeito à preparação do professor, para que nós tenhamos formação constante para a elaboração de melhores planos, e consequementemente, melhores aulas:
Fontes: Quais teorias embasaram sua aula? Onde você pesquisou materiais teóricos ou práticos para o desenvolvimento? Livros didáticos, sites, revistas, outros professores, etc. Quantas fontes importantes perdemos por não fazer o devido registro!
Adaptações e variações: Muitas vezes é preciso criar variações em nossas práticas dentro da mesma aula, para atender um aluno que apresenta mais dificuldades que os outros em sua aprendizagem, ou que aprende de maneira diferente, que está em outro momento do processo de alfabetização ou um aluno deficiente. Sei que não é fácil fazer essas variações, mas é preciso para que todos avancem e possam aprender.

Bom, essa é a minha maneira de elaborar os meus planos de aula. É claro que eu também aproveito planos já feitos, mas sempre fazendo alterações de acordo com a minha avaliação e com as novas necessidades de aprendizagem dos meus alunos. 
Assim, vou criando meu próprio banco de aulas. É sempre bom lembrar que um plano de aula tem que ser flexível para atender a situações imprevistas e outras necessidades que se fizerem presentes.